terça-feira, 28 de julho de 2009

Dois negros de suores pela

Dois negros de suores pela
Fresta da cara, batem a tarde
Apá pela volta do racho.

Depois da labuta, com pealos
E chichas suadas rapontam
A terra que faz tempo
Que batem martelo no racho.

Nos calos da mãos, ginetes
Do povo que faz um tempo
Que batem martelo junto as tardes,
Enquanto os outros mateam em porfia.

Nas claras horas do entardecer
Vão fazendo reparo e ajeitando
As baias, o galpão e o rancho.

Nas tabuas que se afirmaram
Junto aos esteios de puro cerne
Clavado no chão, mesclam suenos
Que se vão.

No suor que pinta o couro,
De uma janela mira uma guaina
Antes ligeira como égua caborteira
Agora se arincona pela doma de um.

Mais ao fundo um mora solito,
Matea as vezes as tardes numa mescla sotreta
De suenos e potriandas quando
Sai num rosado manoteandor pra o serviço.

Ontem mirava só o chão de pasto
E flor, hoje miro racho
Que faz fiador e molda a visão pelo
Lombo do corredor.

Dos negros que batem martelo e
Pás junto sua folga mostram
Que se quer busca, e faz
Junto as rondas e segredos que
Um fim de tarde se mostra.

Ginetinho...

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