terça-feira, 28 de julho de 2009

Me vou com há alma de tiro

Nos meus olhos sei oque quero,
procuro longe oque ainda procuro.
Ando ao tranco manso e sereno .

Me vou, pela lida.
trompando potro e levando pelos
encontros na serventinha da lida.

Miro o campo me desenhando
nos olhos cosas minhas.
Miro o mundo na volta,
pra me dar conta.

Que oque tenho, por pouco
é que preciso.
Nessa andanças de ser de um
povo que pelo verde estendido
se para.

Me vou, no rumo que tenho.
Pelas palavras as vezes mostro
minha alma.

Entrego junto aos tentos
dos meus bastos meu gostos
por ter alma de campo.

Que me vou no rumo de alma
que há tempos foi campo afora,
no templo sagrado do campo afora.

Me paro quieto, com estrelas
pela volta de meus olhos.


Ginetinho...

Dois negros de suores pela

Dois negros de suores pela
Fresta da cara, batem a tarde
Apá pela volta do racho.

Depois da labuta, com pealos
E chichas suadas rapontam
A terra que faz tempo
Que batem martelo no racho.

Nos calos da mãos, ginetes
Do povo que faz um tempo
Que batem martelo junto as tardes,
Enquanto os outros mateam em porfia.

Nas claras horas do entardecer
Vão fazendo reparo e ajeitando
As baias, o galpão e o rancho.

Nas tabuas que se afirmaram
Junto aos esteios de puro cerne
Clavado no chão, mesclam suenos
Que se vão.

No suor que pinta o couro,
De uma janela mira uma guaina
Antes ligeira como égua caborteira
Agora se arincona pela doma de um.

Mais ao fundo um mora solito,
Matea as vezes as tardes numa mescla sotreta
De suenos e potriandas quando
Sai num rosado manoteandor pra o serviço.

Ontem mirava só o chão de pasto
E flor, hoje miro racho
Que faz fiador e molda a visão pelo
Lombo do corredor.

Dos negros que batem martelo e
Pás junto sua folga mostram
Que se quer busca, e faz
Junto as rondas e segredos que
Um fim de tarde se mostra.

Ginetinho...