sábado, 20 de março de 2010

Indo no Povo


Cruzei de bigode repartido
Pelo largo do corredor.

Ia de atrás de percanta

E bailongo.


Na zaina das encilhas

Buena de boca e tranco.

Me larguei antes da hora

Banho tomado e barba aparada.


Sei que logo pela entrada

Da vila vou beber uma canha

Lá no galpão, depois me largo

Ao tranco pra o rancho,

Para bailar a carcaça.


Talvez me esbarre por alguma

Linda guaina que passe bailando

Pela volta das madrugadas.


Ando correndo china,

E bailongo procurando

Que não acho pela lida

De todo dia.


Abro peito e largo um Sapucaí

Junto ao corredor, e lhe toco

Com as garras de prata nas paletas

Da zaina que vai troteando.


E já sinto o cheiro do carreteiro

Lá do galpão, e da prosa sem

Muito pesar com o Zé e as comparsas

Que deve estar por lá.


Depois agente se larga

Proseando de Pansa cheia

Pra os lados dos bailongos

Lá do rancho sem pensar na volta.


E que tem lida no outro dia

De enfrana potro e sova cavalo

Delgaçado pelo galpão.

E se volta de bigode repartido

Pela boca manhã que vem

Despontando pelo largo do horizonte

Proseando com Zé.

Tocando as esporas ao passo na zaina.



Ginetinho...