domingo, 21 de novembro de 2010

Entrega de tropa

Estava por ali sentado sob os bastos

mirando o redemunho de uns potros

entre o palanque e o portão

da mangueira.



Esperava terminar pra fechar

mas em min se parava

rumos e caminhos de toldeiras.



Em pensamentos que vageavam

entre a polvadeira e as patas

deste potros que se ajeitam.



Ali entregava mais uns potros

mas cada qual exceto

a zaina negra que sabe

de todos meus rumos.


Nesta potros que pelas cruz

rezo um misal solito

que levo solto das patas

entre lombo e cielo.



que sei que por estes potros

que enfreno aqui e se vão

pra outros lados que irão

carregar rumos de flor e percanta,



levando junto a polvadeira

que levanta do corredor

rumos certos firmados

no portal.



Que bem sei que mais deste

potros que nenhum é meu.

Levam bem mais que meus rumos

mas sim talvez um pedaço



de minha alma domeira.




terça-feira, 14 de setembro de 2010

Chasque a mi flor de campo


Mi flor de campo
que se fez caminho

de luz e fiador pra meus suenos

que em cor se fizeram.



Botando rumo a cuero sovado

e com esperas de porfias

mirando teus olhos de flor

em meus de campo...



me sobram chasques

e coplas de porfias

em mates solitos...



mas sabendo que mi flor

de campo estas por mais

lejos que ande sei

que tenho em seu coração...



Nem o tango mais bonito

e nem a copla mais bela

lhe charle como é que se passa

em mi cuero.



Sabor de mel em sus labios

de flor de campo.

Que da esperas que se vão

Em raios de sol



Ou em múrmuros de guitarra

Lhe chrale tudo.

Na alma que tão pouco

Se parava por quase nada



Ficou um receurdo bueno.

Uma mirada larga

Uma ausência de ver

Em seus olhos os meus...



Que de uma coplita

Que peala e ata com piolas

De coração.

Fica um solo de guitarra



Com miradas e mates

Sem mais se perder no verde

Do campo e ter um sueno

Abraçador e nem ouvidar me tua amor.



Que na alma que por uma flor

Na lida e no campo afora

Na sina de arrumar potro

Leva pelos olhos teus olhos

Com de terra em meio tua face



Que em cor se faz

Em meus olhos.

E no meu andar e andar

Levo teu sentir junto ao meu.



Que das flores

Que bordam campos

E em meu jaleco

Vai duas bordadas por mão



Calejada da lida

E a mais inteira

Carrego junto aos meus braços

Que ternos se agarram



Mais firme que na lida

Sem apertar a sina

De ter uma flor perto

Do meu coração.



Que cruzo todo o posto

Até teu portal

Pra ver que dentre as flores

Uma sei que me espera



E mira de sorrisos largos

Em alma e flor.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

De galpão


Tem tantos galpões


Nenhum é meu...

Galpões que se perdem

E viram taperas e tafonas.



Que do embate de alma e potros

Que se guardam por dentre suas tabuas.

Que sou mais um vivente

Outros acham estranho.



Saludos e recuerdos

Que por esses galpões de campo.

Me fiz parado de redeio.



Inverno quimeras e reminiscências

De tempo e copla.

Que do potros que enfrenei

Gastei xergas e bastos.



Que tempos que se seguem

A lida por ás minha mãos

De seguir da vida.



Me vou indo de galpão em galpão

Me enfrenando pras lidas

Da vida.



E me enfreno as vez por um

Mate que espero a tarde morrer

Ou o sol despontar arrastando

Esporas pelo pampa.



Por estes galpões que me faço

Lida e potriada campo afora

Sabendo que ao longe

N oportão da frente.



Sei que posso meter o cavalo

Sem refugar porta

Por ser meu galpão.



Mas sei que o patrão celeste

Me cedeu pra ficar em porfia

Até o sol se vir pra

Enfrenar potro e seguir a lida.



Ginetinho...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

No corpo da tropa

Talvez na redeas de um tubiano

Que patea distançias, com horizontes

Largos pela largura da mirada...



No seguir da tropa

Que as vezes se alvorata

As vezes tranquea.



Fronteiras, plagas e pampas

Que se fazem distançias.

No sabor do mate

Que se encontra o tempo.



No andar da ponta

Embalando o corpo

Parelho da tropa.



Cruzando o rio Paraná,

Tranqueando por pampas

E plagas.



Talvez a longe na polvadeira

Que se levanta junto

Aos olhos.



O índio garra a volta

Pra montar e aperta bem as rédeas

Junto aos dedos.



Que onde alma se faz costado

Talvez nos mesmo olhos

De campo que se prendem



Junto a largo que se cruza

Os altiplanos, até os mares

Que do norte que se vê cosas alem



Da saber do embalo do corpo

Da tropa.

Num bagual tubiano que recorta



Campos e emendam tempos

Que contrabandeio querências

Com esperas por voltar.

sábado, 20 de março de 2010

Indo no Povo


Cruzei de bigode repartido
Pelo largo do corredor.

Ia de atrás de percanta

E bailongo.


Na zaina das encilhas

Buena de boca e tranco.

Me larguei antes da hora

Banho tomado e barba aparada.


Sei que logo pela entrada

Da vila vou beber uma canha

Lá no galpão, depois me largo

Ao tranco pra o rancho,

Para bailar a carcaça.


Talvez me esbarre por alguma

Linda guaina que passe bailando

Pela volta das madrugadas.


Ando correndo china,

E bailongo procurando

Que não acho pela lida

De todo dia.


Abro peito e largo um Sapucaí

Junto ao corredor, e lhe toco

Com as garras de prata nas paletas

Da zaina que vai troteando.


E já sinto o cheiro do carreteiro

Lá do galpão, e da prosa sem

Muito pesar com o Zé e as comparsas

Que deve estar por lá.


Depois agente se larga

Proseando de Pansa cheia

Pra os lados dos bailongos

Lá do rancho sem pensar na volta.


E que tem lida no outro dia

De enfrana potro e sova cavalo

Delgaçado pelo galpão.

E se volta de bigode repartido

Pela boca manhã que vem

Despontando pelo largo do horizonte

Proseando com Zé.

Tocando as esporas ao passo na zaina.



Ginetinho...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vidala

Será tiempo que as coplas


São poucas cosas.

Um panuelo esvoaçando pelo

Vento.



No cheiro da flores silvestre

Sob a flechilha.

Das almas que se perdem

Ao correr da noite.



Da lida buena e as vezes

Malina pra o vivente.

De se perder pelas bocas

Vazias de cariños de alma.



Na minha alma andarilha

Que por perto as vezes se

Esbarra solita mateando alguma

Volta de entardecer legueiro.



Que quien sabe das cosas

Da lida e da vida.

Será que nada de bueno se para.



Fuera malino mas vi que não adanva

Certo.

Talvez não tive honra de homem

Pra ser isso.



Mas quien não erra, mas depois

Tentar acerta.

Então me paro a emcismesmar

Solito.



E vejo que as vezes tengo que

Apreender solito.

Mirando lejos assoviando um

Copla de mi alma.



E será o tiempo pra enfrenar

As cosas que sinto.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

De chasques e coplas


Em chasques bem escritos

E letra de curvas esplendidas.

Que fazem floreio pela linhas

E vão charlando mansamente.



Coplas que do vento

E dos assovios pra nos

Orvalhar dos olhos nas minhas

Saudades.



Que um recuerdo e uma copla

Dos arreios que surgem,

No sorver de um final de tarde.

Que vai no ponteio de uma viguela.



No recolutar de um mate

Se para mirando o horizonte largo

Que da polvadeira que erguida,

Se perde os olhos.



Que andarilhos se ficam,

Perdendo-se num olhar que

Mira la vuelta, mirando lejos.



No empeçar da lida buena.

Que campo afora com alma

Parando rodeio se sabe de cada

Letra repontada na copla “Dante”.



Que dos ojos luzeiros.

Que da Dalva mirando sabe

De um mateador e da sina guitarrera.

Que por conta justa dessa viguela.



Que me amansa e me recuerda

Dos chasques bem feitos.

E dos jeitos de mirar pelos ojos

Que vi luzeiros buenos.



Que fue pra tão lejos

Mas fiquei a mirar solito

E deixar uma viguela que se apotra

Charlar por cordas de acero de um ultimo

Chasque.



Ginetinho...