quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Se veio o gurizito.



Saberia eu sobre o natal. Campo afora desgarrado
solito a pensar pelo meu galpão mirando a d'alva
que silente apontava o rumo do pueblo.
Se ouvidar-te e parei a pensar que tiempos atras
onde ainda por essas plagas so o vento galopiava
solito revirando macegas lá pelas bandas do oriente
vinha um vivente com sua xirua, e meses antes um anjo
bueno muntado nu m chitão branco melado anunçiou
que se vinha um menino bueno e flor de lidadó pelo mundo
que tembién traria as buenas palavras do pai velho lá de
riba.
Fiquei mirando as estralas numa noite lobuna
com uma zaina encilhada pra ir nas casas
e notei que a dalva brilhava mais sob  a planura estendida
do céu.
Lembrei das historias que meu vovô contava pelo natal
quando pousava pela casas suas, que veio num burrito
pequeno de pelo de rato e nem mais lugar tinham pra
desencilhar e só pelo galpão ainda de uma pulperia
acharam um pouso meio malo areglado.
Mas a xirua Maria já vinha meia maula da viajem
muy gran que se seguia, e o gurizito amanunciado
e anunciado  pelo altos, nasceu sob a luz de uma
candeiro fraco com pouco querosene e sob um coxo
de trato de potro que mirava como se soubesse quem era
já, que por um pelegito dos arreios do domeiro e tropeiro
José colcou pra aquentar o guri.
Num upa vindo uma das bandas orietais, outro de tierras
paisanas de perto das cordilheiras e ultimo um pampeano
tropeiro dos buenos trazendo regalos de muy lejos pra o guri
que de pequeno no corpo, mas gran de alma e vida.
Notei que mirava lejos depois de lembrar disso dessa historia
que de campo virou e pelo mundo afora se fue fazendo
fuerte as coplas e trovas deste gurizito bueno.
Então sali ligeirito pra rumo onde tinha que ir a zaina
saliu troteando ligeiro e eu a mirar lejos as estrelas
e a d'alva que mais linda me mirava de lá de riba.